A música triste que virou a mais popular do Tiktok, e a história esquisita que fez ela viralizar
Alek Olsen deixou de ser apenas um compositor folk obscuro da Noruega com “someday i’ll get it”
Uma das músicas mais tristes que você vai ouvir este ano igualou um recorde ao ficar quatro semanas consecutivas no primeiro lugar entre as mais populares do Tiktok nos EstadosUnidos. “Someday i’ll get it”, de Alek Olsen, está estacionada há sete semanas nesta lista e, com isso, entrou em outros rankings mais amplos da Billboard. Pra você ter uma ideia, o artistas tem atualmente 4,7 milhões de ouvintes por mês no Spotify, e só essa faixa foi executada 68,4 milhões de vezes. É muita coisa.
O obscuro compositor norueguês conseguiu essa façanha depois que sua canção começou a ser usada na rede social em vídeos de despedida de cachorros que morreram.
Olsen foi beneficiado em parte pelo boicote da gravadora Universal, que retirou artistas como Taylor Swift e Olivia Rodrigo do Tiktok. Desde então, o imbróglio foi resolvido, e Taylor já tem duas músicas mais bem posicionadas no ranking que “someday i’ll get it”.
Louco, né? Mas uma música triste bombar na rede social das dancinhas não é a parte mais estranha disso tudo. A canção viralizou pela primeira vez em outubro do ano passado, quando Justin Badilla compartilhou no Instagram uma história de cortar o coração. Ele dizia que seu amigo Tanner Hayden tinha encontrado em um brechó uma fita cassete, batizada “How to unmiss her” (Como deixar de sentir falta dela), com músicas feitas por um certo Charlie Brown e dedicadas a uma mulher chamada Rachel.
Na postagem, Justin contava que Tanner encontrou a tal Rachel e que ela disse que o Charlie Brown era um ex-amante de colegial. Quando ele pediu o contato do Charlie Brown, ela respondeu que ele já teria morrido e que tinha a saude mental deteriorada, dando a entender que ele tinha cometido suicídio. O som usado nesse reels é justamente “someday i’ll get it”. A comoção foi grande, várias pessoas lamentando a morte de alguém tão talentoso e elogiando a composição. Tá tudo aqui:
Até que Alek Olsen comentou na publicação de Justin: “Hey! Esse sou eu, eu usei o nome chvrliebrown por um tempo. Eu nunca fiz uma fita cassete. Eu também nunca morri. Eu ainda faço músicas, de vez em quando”.
Foi o que precisou para que as pessoas começassem a criticar Justin por inventar uma história triste pra se promover. Ele jurou de pé junto que o amigo Tanner mostrou pra ele prints das conversas com a tal Rachel, deu os créditos a Alek e fez um novo vídeo pedindo desculpas e explicando que realmente havia acreditado na história. Alek, por sua vez, afirmou que não conhecia Justin ou Tanner, e que não sabia como eles tinham criado aquilo tudo. Ele mostrou publicações antigas no Instagram e Soundcloud que comprovavam que a música era verdadeiramente uma composição sua.
Não demorou muito para a fúria virar encantamento. As pessoas começaram a ficar felizes pelo fato de o criador de algo tão bonito estar vivo e pediram para ele lançar a faixa no Spotify. Foi o que ele fez.
Eu tentei contato pelo Instagram com Alek, Justin e Tanner. Tanner disse que não queria falar sobre o assunto, os outros dois não responderam.
O que importa, no fim, é que essa nova trend no Tiktok foi o que catapultou a música, e isso eu não sei quem começou. Se Alek vai conseguir repetir o êxito com outras canções, só o tempo dirá. Por enquanto não dá nem pra saber se o Tiktok ainda vai existir nos EUA.