Bancada do boi, por favor, tira a árvore da frente do palco do C6
Wilco faz mais um show extraordinário, uma pena que não foi no palcão
Claro que esse título é uma brincadeira, mas é inacreditável que mais um ano o C6 faça uma montagem da tenda deixando a árvore bem no meio. Era só movimentar um pouquinho a estrutura. Se algum organizador estiver lendo isso, saiba que ninguém que eu conversei achou legal ter a vista obstruída, tá?
Quem quis ver os shows de verdade teve que ficar apertado, encaixotado na frente da árvore. A outra crítica que eu faço é mais uma vez deixarem uma banda consagrada, como foi com o Pavememt ano passado, no palco menor. As imagens do. Wilco tocando ao pôr do sol e com aquele telão lindo iriam rodar o mundo, seria histórico. Eles preferiram colocar o Seu Jorge, que provavelmente vai tocar em SP de novo num futuro próximo.
Vou falar só dos shows do domingo, que foi o dia que eu fui. Achei que Last dinner party também merecia o palco maior. Eu não gosto muito do som delas, mas o show foi muito bom, com integrantes carismáticas, para um público emocionado.
English teacher, infelizmente, não consegui chegar a tempo, mas adorei o último disco. A mudança de horário para atender o público que não queria perder nada acabou me ferrando. Acontece.
O Wilco não tem hits. Algumas das músicas deles entraram na trilha de The Bear e nem assim ficaram famosas. Dito isso, é provavelmente a banda mais consistente em atividade. Costumo dizer que o Jeff Tweedy não consegue compor músicas ruins, e quando as melhores dessas músicas são tocadas ao vivo pelo esquadrão de artistas competentes que o Jeff conseguiu reunir com o tempo para chamar de Wilco, não tem erro. A plateia cantou junto, cantou solos de guitarra junto. Eu tô até agora ruminando mentalmente o papaparapa de “Spiders (kidsmoke)”.
Nele Rodgers fechou a noite com todos os hits dançantes famosos de 1970 e pouco até hoje. Todos compostos/produzidos por ele. Mesmo assim, o Chic atual dele e o show que ele entrega parece uma banda de baile daquelas de casamento, formatura ou cruzeiro da melhor idade. É Madonna sem Madonna, Bowie sem Bowie, Michael Jackson sem Michael Jackson, mas muita música boa.
Eu compartilhei essa impressão sobre o Nile no Instagram. Muita gente concordou, outros ficaram indignados, mas a prova de que eu tô certo é que a avô da Isabella respondeu falando “Adoro”. É isso, é legal, ele tem todo o crédito do mundo de querer apresentar essas músicas, mas parece baile de formatura.
Esse ano o C6 fez o que ninguém faz e deveria ser o mínimo civilizatório. Colocou um ponto de hidratação com água filtrada de graça e copinhos de papel. O festival também é um dos mais confortáveis que temos ao lado do Balaclava.
Tô aqui esperando o embarque para ver o Wilco na Argentina (e talvez no Uruguai). Se você tiver dicas de Buenos Aires, me mande nos comentários.
Que a sua semana seja mais incrível que o show do Wilco.
Em 2016 eles tocaram em “palcão” e não foi legal. A própria banda declara que prefere shows mais intimistas e palcos menores, inclusive locais fechados. Só foi espetacular pq foi como foi. Podem a árvore um pouco, de forma correta, ano que vem, que já ajuda.
Aqui tem uma porrada de dicas de Buenos Aires (no texto tem bares, nos PS tem outros rolês): https://meusdiscosmeusdrinks.substack.com/p/guia-bares-buenos-aires-argentina-beber
Buen viaje, Bazzan! <3