Schlop no Rio e a nova temporada de "The Bear"
Os criadores de uma das séries mais legais da atualidade conseguiram fazer um dos episódios mais imbecis da história da televisão




Para quem está chegando agora por aqui, a Schlop é a banda da Isabella Pontes, minha esposa. No último fim de semana ela arrumou dois shows no Rio de Janeiro, um em Niterói e outro na capital, e lá fomos nós nos amontoar em um carro cheio de instrumentos (Alexandre Lopes, baixo, Antonio Valoto, bateria, e Lucia Esteves, guitarra, completam a banda).
A viagem de ida foi horrível porque eu só olhava o relógio imaginando que não chegaríamos a tempo e eu teria que ver o jogo do Palmeiras no celular. Infelizmente, chegamos 10 minutos depois do início e desde sexta eu tô assim por causa da falha inacreditável do goleiro Weverton:
Tirando esse pequeno inconveniente que me persegue até hoje, os shows foram muito divertidos. Eles fizeram uma vinheta especial para as apresentações no Rio. Talvez os mais jovens não entendam a referência.
Em Niterói, tocaram junto com eles as bandas Santa Rosa, que parece estar reengrenando após um hiato que começou com a pandemia (não estamos todos?), e a Véspera, que estava lançando o álbum “Nada será como era antes”.
A Véspera fez um show com a plateia cantando várias letras, algo pouco comum na cena independente autoral. Em duas músicas, eles tiveram a participação especial da Jadidi, que já tem algumas músicas bem tocadas no Spotify. Tem coisa ali pra mais de 100 mil plays, só pra ter uma ideia.
No Rio, a Neon Dharmas não só fez companhia como emprestou a guitarra porque uma corda da Isabella tinha estourado em Niterói. Ouvi tudo e achei todos os artistas muito promissores, espero que eles possam fazer novas dobradinhas aqui em SP ou até um repeteco no Rio. Quem sabe.
Férias, frio, séries e muito na na na na na
Estive de férias na última semana e aproveitei para passear com o cachorro com mais calma e ficar debaixo das cobertas assistindo aos jogos da Copa de clubes. Quando os jogos acabaram, maratonei a nova temporada de “The Bear” e terminei o que faltava de “Hacks” e “Stick”.
A última temporada de “Hacks” começa muito chata e demora a pegar no tranco. É uma das melhores coisas que temos atualmente. “Stick” é o contrário. Começa divertida e vai ficando meio besta, mas ainda é divertida.
“The Bear” consegue se recuperar de uma terceira temporada bem arrastada e cheia de nhenhenhé. Os cortes frenéticos voltam (ainda bem), mas o episódio 7 é uma das coisas mais imbecis da história da TV mundial. Sem exagero. O elenco todo se enfia debaixo de uma mesa para tentar animar a filha do Richie que não quer dançar com o padrasto na cerimônia de casamento da mãe. Cada um vai listando seus medos (um mais tosco que o outro) para encorajá-la a sair de baixo da mesa. Spoiler: no fim ela acaba dançando. Tirando esse episódio detestável, todo mundo que gostou da primeira temporada vai conseguir se divertir um pouco com os 10 novos episódios.
Também consegui ver no meu tempo livre “Wristcutters”, com o menino de “Quase famosos” já adulto. O filme se passa em um mundo após a morte para pessoas que cometeram suicídio. Uma comédia romântica daquelas diferentonas e tristonhas no estilo “Submarino”.
Nessa vida após a morte, os personagens não conseguem rir e não há estrelas no céu. Achei bem parecido com São Paulo.
Tirando isso, tudo na mesma por aqui. Apenas um pouco pior.
Até a semana que vem.