O "The Office" do jornalismo e a trilha sonora de "Last of us"
E uma opção para os fãs de Pavement e Wilco que estiverem em São Paulo
“Nós tomamos uma decisão instintiva, depois construímos uma infraestrutura de raciocínio para justificá-la”.
Julian Barnes
Fiquei sabendo hoje que vão fazer uma série sobre jornalismo no estilo mockumentary, parecido com “The Office”. Até o nome é parecido: “The Paper”. Acima está a primeira imagem divulgada pelos criadores.
Já passei por muita coisa no jornalismo, mas não lembro de alguém subir na mesa de uma redação. Talvez eu não tenha passado por tanto assim, mas eu poderia fazer parte da equipe de roteiristas ou ao menos trabalhar como consultor remunerado.
Essa promete ser a maior contribuição do jornalismo desde o consórcio de empresas que publicava os números de mortes e casos de covid durante a pandemia. O problema é que as obras de ficção recentes têm mirado em “Todos os homens do presidente” quando o jornalismo atual está mais para “O âncora”. Vamos aguardar.
Cara, você tem que ouvir isso
Desde o começo, eu tenho alguns problemas com “The last of us”. Nesta nova temporada tenho achado que eles estão abusando de cenas gráficas de violência que nem sempre contribuem para a história.
Em um momento bonito do último episódio, Ellie toca um trechinho de “Future days”, do Pearl Jam. A música faz parte da discografia menos celebrada da banda, lançada no século 21. Nos créditos, eles usaram “Present tense” - essa do século passado, mas também abaixo do radar.
Antes da criação da série, o game “The Last of Us” já tinha uma ligação profunda com o Pearl Jam, em especial com “Future Days”. Um dos desenvolvedores do jogo era fã e tocava essa música para a filha, e fez o Joel cantar para a Ellie.
O próximo episódio parece que vai ser um flashback com Joel. Espero que ele toque ela inteira ou parte dela ensinando a Ellie.
No domingo mesmo, o Pearl Jam anunciou um ep (já esgotado) com as músicas do universo “The Last of us”. No lado A estão “Future days” e “All or none” e no lado B uma versão ao vivo de “Future days” e “Present tense”.
O Pearl Jam já lota estádios e não tem problemas com dinheiro, mas o uso das músicas na série deve render mais um caminhão de dinheiro pra eles e catapultar o interesse pelas músicas.
Falando em interesse por músicas antigas. Na penúltima newsletter eu comentei que o Oasis disputava o primeiro lugar entre os singles mais ouvidos com “Some might say”, de 1995. No fim da disputa a música não estava nem no top 50. Fuén.
Uma banda da mesma seara do Oasis (que eu nem lembrava que existia) e que conseguiu o número 1, mas essa com o novo álbum “Make 'em Laugh, Make 'em Cry, Make 'em Wait”, foi o Stereophonics. Não acrescenta muito para a discografia deles, mas é um álbum legal.
Por fim, quem vai ou foi ao último C6 fest vai poder fazer um esquenta do Wilco ou matar saudades do Pavement na próxima sexta no Estúdio Aurora, em Pinheiros, São Paulo. A banda cover Sarjeta vai tocar músicas dos dois grupos.
Gosto mto de stereophonics mas tbm nao fazia ideia q eles ainda existiam ativamente
Sou 100% capturada pela trilha sonora de The Last of Us. Não pensei que eu ia viver pra gostar de uma série de zumbi. A versão de "Take on me" acabou comigo... (no melhor sentido)